Todos os petropolitanos estão cansados de saber que o transporte público por aqui anda muito mal das pernas (ou rodas e carroceria e motor e tudo junto num só veículo). Hoje precisei levar um contrato até um local de apresentação e não teve jeito: ônibus!
Para inicio de conversa o itinerário de minha casa até o tal lugar não tem uma linha direta, então foi preciso muita baldeação. Da minha casa até o Centro é tranqüilo. Tão tranqüilo que qualquer dia o dono da empresa que faz a linha tirara o ônibus de circulação. O povo aqui anda mesmo é a pé. No meio da manhã ou no meio da tarde se tem como únicas companhias dentro do veiculo cobrador e o motorista. Nos horários de maiores picos só tem estudante e idoso. Sendo assim, prejuízo na certa.
Chegando ao Centro peguei um ônibus para o meio do meu destino final. Aff... o que era aquilo? Muita gente entulhada, com suas bolsas, mochilas e mau humor. Depois de conseguir passar pela roleta fiquei entalada entre um garotão, uma senhora com duas enormes sacolas de compras no chão, um senhor um tanto quanto avantajado e um homem cheio de pastas e malas. Eu só tinha uma mão livre. Foi um exercício de equilíbrio. Na outra mão o tal contrato que não poderia ser entregue amassado. Mas como conseguir tal proeza? Me senti em uma prancha de surf, num mar agitado. Cada curva era uma oração para que eu não caísse nos repolhos da moça ao lado. Num momento de distração quase caí e me agarrei a campainha que fez o motorista parar no ponto seguinte. Ninguém desce. O cobrador reclama. Toca o ônibus!!! Sabe o que foi mais incrível? Todos os 256 passageiros iam descer no mesmo lugar que eu. O negócio não esvaziou!!! Depois de 40 minutos me equilibrando e me desculpando pelos pés que pisei, cheguei ao terminal para pegar o ônibus para o meu destino final.
Qual é mesmo o ônibus que tenho que pegar???
Peço informação e mal pude acreditar quando o senhor aponta para um ônibus vazioooo esperando no ponto. Entrei, sentei confortavelmente (na medida do possível), dei uma folheada no contrato causador de toda aquela aventura e quando o motorista entra e dá partida no motor, passageiros aparecem não sei de onde. Pareciam se materializar ali sem mais nem menos. Lotou!!! Pelo menos eu estava sentada. Mais 40 minutos e cheguei finalmente ao prédio. Fui cuspida do ônibus. Entrei no prédio, falei com o porteiro, entreguei o contrato e em cinco minutos estava eu de volta ao ponto do ônibus para fazer o caminho de volta. Tudo de novo...
4 comentários:
Eita dia ingrato!!!kkkkkk Mas valeu a aventura!!! Contrato entregue...Ufa!!!
Pelo menos deu um otimo e hilario texto!!!
ui, sei bem o q é isso!!! Aqui na terrinha (Salvador) não falta aventuras desse tipo!!!
É triste!
Pois é Renata, se em Petrópolis está esta calamidade, imagine por estas bandas cariocas.
E quem precisa de transporte urbano público, é a maioria absoluta dos habitantes das cidades.
Então como pensam autoridades?
Não pensam.
Recentemente, entreguei um projeto a prefeitura aqui do Rio, para que houvesse uma análise e aproveitamento do mercado de trabalho nos bairro onde mora e não, todo mundo sair de casa as 4,5hs da manhã e voltar 5,6 horas da noite, o que transforma a cidade no caldeirão do diabo.
Neste projeto, constatei que trabalhadores levam em média 3 horas dentro de ônibus para vir e mais três para voltar.
Seis horas é o tempo que você leva de ônibus entre Rio e São paulo !!!
Tem gente que saí de Raiz da Serra para trabalhar no centro da cidade.
Tem gente e muita, que sai de Petrópolis, para trabalhar na Presidente Vargas.
Enfim, o projeto foi engavetado.
Afinal, peitar as empresas de ônibus é mexer num vespeiro perigoso.
Um abração carioca!
Oi gostaria que lesse os meus fragmentos de luz e escuridão no meu blog, obrigado desde já.
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