O país está querendo beneficiar tanta gente que chamam de minoria, que minoria hoje sou eu. Não tenho direito a meio ingresso em nada, filas preferenciais, cotas universitárias, assentos nos coletivos e outros, descontos em farmácias, gratuidade em transporte público. Explico. Não sou negra, idosa, gestante, estudante, obesa, deficiente, doente ou descendente de escravos...
Hoje sou minoria. Hoje sou excluída.
Eu apenas acho que algumas coisas são justas, outras nem tanto. É um assunto que fica ali no limite do preconceito para os mais alvoroçados. As coisas se tornaram delicadas demais de uns tempos pra cá e até para falar o que se pensa temos que reescrever o discurso três vezes.
Lembram quando Lamartine Babo escreveu “O teu cabelo não nega mulata, porque és mulata na cor...” Ninguém se melindrava. Há dois anos quando fiz um espetáculo de carnaval a produtora não incluiu essa letra para não ter problemas com o público (?????). Não dá para entender.
Na década de 80, ali atrás, Luiz Caldas cantava “Nega do cabelo duro, que não gosta de pentear...” e todos cantavam juntos. Não tinha maldade.
As pessoas tem que ter noção do que é respeitoso e do que é ofensivo. Mas tem sempre a turma do ‘vou te processar’ que não sabe separar nada. Ou sabem, mas vêem em tudo motivo para tirar proveito.
Não gosto da atitude de bater no peito e gritar: “Sou negro”, “Sou homossexual”, “Sou isso ou aquilo”. Afinal, somos todos iguais ou não? Tenha atitude, bata no peito e grite: “Sou igual a você!” e ponto. Tirar proveito de raça, sexo, crença ou qualquer coisa parecida é também preconceito.
Sou caucasiana, balzaquiana e saudável. Não tenho direito a nada. Sou excluída pela sociedade. [Cabe aqui um solo dramático, mas a conversa é séria... rs]
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Não posso deixar de dar destaque a esse comentário sobre o texto acima!
Eh isso aí Rê!! vamos exigir cota para os albinos! hahahaha
Brincadeira... claro que não! O Brasil é formado por uma população extremamente heterogênea e acho que, pelo fato dela ser assim, é difícil para as pessoas enxergarem os vínculos que as unem como povo de uma nação... Daí o senso comum vai se perdendo no individualismo das “raças”. Sabe aquela máxima de que um erro não justifica o outro? Pois eu também acho que abrir uma exceção pra favorecer alguém vai fazer a regra da desigualdade social mudar! Fora que é ridículo, né? Esse monte de cotas, de preferências... O perfil do brasileiro em suma é carente... a partir daí ele oscila entre invejoso (quando acha que alguma classe ta sendo mais favorecida que ele) e solidário (qdo fica com peninha da que ele entende ter sido prejudicada). O governo tem que ensinar mais esse povo a pescar do que ficar dando o peixe através dessas esmolas que ele chama de “programa social” e o brasileiro tem que parar de querer sempre q dá um "jeitinho" d se sobressair... Como eu disse no twitter, se não for pela mídia, ele tenta tirando proveito da própria desgraça! É patético! A massa precisa entender a sua ascensão só vai acontecer quando houver uma ascensão em conjunto! E que medidas paliativas (vulgo tapar o sol com a peneira como o caso das cotas) não resolvem os problemas... Já to cansada de discursar sobre isso, mas o Brasil precisa ser re-educado (ai a nova regra do portuga agora, hein?!rs), precisa de novos valores e de sabedoria pra lidar com eles. Pra mim, a única esperança está nos nossos filhos/netos (e olhe lá).