quarta-feira, 28 de julho de 2010

Estarei entre o Anjo e o Diabo

"Inferno", Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa, painel anônimo, sec. XVI



A Cia. Satura de Teatro montou o Auto da Barca do Inferno no ano passado e esse ano para voltar aos palcos fez algumas mudanças de produção e elenco.
É aí que eu entro!! Fui convidada para participar dessa ‘aventura’ de Gil Vicente e fiquei muito feliz. Entro para dar ‘trégua’ ao diretor que estava acumulando funções. Responsabilidade em dobro, pegar um papel que já foi apresentado e ainda por cima pelo diretor. Mas o grupo todo é muito generoso, fui recebida muito bem e a energia que rola em nossos encontros não podia ser melhor.

Auto da Barca do Inferno
Obra prima do genial Gil Vicente escrita em 1516 é um clássico da literatura portuguesa. E trata de assuntos ainda tão pertinentes na atualidade.
Num lugar imaginário, duas barcas: a Barca do Inferno e a Barca da Glória. A frente de cada uma delas o Diabo e o Anjo. E são eles que determinam o destino final de cada personagem que se apresenta ao longo de ato único da peça teatral.
Com personagens bem estruturados e ritmo dinâmico podemos acompanhar a crítica nítida de Gil Vicente a sociedade lisboeta daquele tempo, mas que ainda cai como uma luva nos dias de hoje!
Isso é um resumo do resumo. A obra é tão rica que poderia escrever páginas e páginas aqui sobre sua história e personagens.

É uma grande oportunidade para se conhecer essa obra prima de forma tão leve e criativa. Eu estou adorando conhecer e poder transmiti-la da melhor forma que poderia ser, o teatro!

O espetáculo é formado por
Fábio Branco – Direção e Iluminação
Sandro Kapps – Operador de som
Renata Pedro - Figurinos
E Elenco:
Cristiane Carvalho, Beth Medeiros, Mary de Paula, Renata Garcia, Fred Justen, William Esteves, Nathan Cardoso e Renato de Resende.

Nossa estréia já está aí – 20 e 21 de agosto no Theatro D. Pedro, aqui na terrinha mesmo, Petrópolis. Depois seguiremos para Teresópolis e a expectativa de novos contatos é grande!!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

A Fragilidade de um País


Já tem um tempo que o clima anda pesadíssimo para qualquer ser normal antenado com o mundo.

A copa do mundo tomava conta de todas as mídias, mas já explodiam dois casos de assassinatos bizarros pelo jornalismo: o sumiço de Eliza Samudio e a morte da advogada Márcia Nakashima.

Quando a Copa terminou não se falava mais em outra coisa. Prisões, depoimento, corpo desossado, advogados falastrões, delegados enrolados, pedidos de harbeas corpus, um monte de expressões jurídicas... Circo armado e até agora nenhuma conclusão.

Depois apareceu o caso do filho que matou o pai, dono do restaurante Rei do Bacalhau, e todas as pessoas que sabiam do crime: advogado, pai de santo, funcionários e mais alguns. Típico roteiro hollywoodiano.

Daí aparece um episódio de atropelamento de um skatista em um túnel desativado com filhinhos de papai fazendo ‘pega’ seguido de corrupção policial que só veio a tona porque a vítima era filho de uma atriz global.

Passa mais um ou dois dias e vemos a noticia de um rapaz na carona de uma moto baleado na cabeça por trás somente porque o pai, que dirigia a moto, não parou quando a policia fez sinal. Já sabem quem atirou, né?

No fim de semana foi preso um ‘maníaco’ que confessou ter matado mais de sete mulheres enquanto foragido de uma pena semi aberta que deveria cumprir por outros assassinatos e estupros. Semi aberta para assassinato????

Isso sem contar os seqüestros relâmpagos, os arrastões de carros em vias engarrafadas, os casos de pedofilia que se multiplicam, roubos, mortes...

Páginas policiais fervilhando e a sociedade a mercê de crimes cada vez mais hediondos.

Só estou escrevendo sobre isso porque não quero de maneira nenhuma achar que isso tudo é normal. Que isso tudo faz parte do dia a dia de um país que mostra tanta fragilidade na segurança dos seus cidadãos.

Não é normal.

Não dá para abaixar a cabeça quando um babaca vem de fora, é extremamente bem tratado aqui para fazer o trabalho dele e quando volta para a casa fala mal de seus anfitriões. Stallone é um completo idiota quando nos acha simplórios e bobos ao usar de toda educação com ele.

O país está realmente em dificuldades.

Eleições à vista... tá na hora de acordar!!!

quarta-feira, 21 de julho de 2010

A trilha sonora do velório.


No último post - Ele morreu - acho que houve uma pequena confusão em relação ao finado.
Não, não foi meu coração que morreu. Foi quem morava nele! Se bem que o coração também nao anda muito bem das pernas e estou pensando seriamente em trocá-lo por um outro órgão qualquer que possa me ajudar a viver com mais vigor; como o fígado, por exemplo!
Estou tentando dar uma pitada de comédia para que a coisa toda não se transforme numa total tragédia. Posso dizer que, por enquanto, tudo se assemelha muito a uma novela mexicana com dramas sofridos, muitas lágrimas e soluços a qualquer hora e lugar. Basta ouvir aquela música que um dia fez parte de um encontro ou ver aquele filme que um dia assisti junto ou um comercial que sorri com ele ou sei lá... lá vem o nó na garganta, os olhos marejam e nada faz calar o choro. E mesmo quando nada te remete a coisa nenhuma!!! Ônibus é um dos meus lugares favoritos para chorar, juntamente com o chuveiro!
Mas prossigo com o propósito do último post: ele deve ser enterrado para que eu apenas chore de saudades de bons momentos sem a perspectiva que um dia esses bons momentos acontecerão novamente.
E é claro que toda essa "mise en scène" tem que ter uma trilha sonora! Se não houvesse uma música especial para tal evento nao seria drama meu...

Analisem letra de Burt Bacharach na voz de Elvis Costello. Perfeita para a segunda fase de uma "fossa"(ainda se usa essa palavra para quem está mal de coração?).



I'll Never Fall In Love Again

What do you get when you fall in love?
A guy with a pin to burst your bubble
That's what you get for all your trouble.
I'll never fall in love again.
I'll never fall in love again.

What do you get when you kiss a guy?
You get enough germs to catch pneumonia.
After you do, he'll never phone you.
I'll never fall in love again.
I'll never fall in love again.

Don't tell me what is all about,
'Cause I've been there and I'm glad I'm out,
Out of those chains, those chains that bind you
That is why I'm here to remind you

What do you get when you fall in love?
You only get lies and pain and sorrow.
*So, for at least until tomorrow,
I'll never fall in love again!
I'll never fall in love again!

Don't tell me what it's all about
`Cause I've been there and I'm glad I'm out
Out of those chains, those chains that bind you
That is why I'm here to remind you. (here to mind you)
What do you get when you fall in love?
You only get lies and pain and sorrow
So, for at least, until tomorrow
I'll never fall in love again
Oh, I'll never fall in love again


* Pelo menos até amanhã!!!!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Ele morreu.

"Mas não diga nada
Que me viu chorando
E pr'os da pesada
Diz que eu vou levando..."

Vou ao velório todos os dias, mas ainda não tive coragem de enterrá-lo. Fico sempre com a dúvida se ele realmente morreu, afinal por várias vezes me enganei achando que ele estava morto e de repente ele reaparecia mais vivo do que nunca. Era uma euforia momentanea, êxtase de novamente estar junto e sem mais nem menos ia acabando, acabando até eu achar novamente que estava morto.
O pensamento está enrolado? Não é só o pensamento. O coração também está. Nao sei o que pensar ou sentir, mas sei que se não jogar a pá de cal rápido pode haver uma ressurreição. E aí? Até quando essa situação se prolongará?
É uma história antiga e como toda boa história tem uma pitada de comédia romântica e muito, muito drama de ambas as partes. Não sofri sozinha, tenho certeza. Não gostei sozinha. Mas o tempo dessa história acabou. O autor perdeu o fio do enredo, se perdeu e não conseguiu dar um final digno para todos os personagens. Uma pena. Eu teria dado um final fantástico digno de Oscar, mas nao dá pra apagar o que foi escrito em ritmo frenético que desvirtuou o que era bom.
Acho que ainda vou chorar muito essa perda, mas talvez seja melhor mesmo fechar o caixão agora, sem nem me despedir, fazer o traslado e enterrar de uma vez por todas o que não tem mais como ser uma história feliz.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

domingo, 11 de julho de 2010

A Fúria Campeã!!! Viva España!!!


Chega ao fim a Copa 2010.
No último post a coloquei como a Copa das Emoções e pessoalmente foi mesmo. Eu, como filha de espanhois, me senti extremamente emocionada. Vibrei como se fosse meu Brasil Varonil.
O sangue ao Sul da Galicia falou alto e o grito de GOL foi seguido de lágrimas de alegria e saudades de meu pai. Meu sorriso ao ver 'La Furia' recebendo a taça não poderia ser mais aberto.
Merecidissimo o campeonato da Espanha.
Viva !!!

A Bandeira vermelha e amarela ficará a frente da casa da família Graña Garcia por muito tempo.
E nesta casa hoje tem Paella ao som de Paco de Lucia!!!
Ole!!!!!
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