sábado, 25 de dezembro de 2010

De novo, Indelével


2010 foi, assim, digamos, esquisito!!

Tive momentos ótimos e momentos surreais. Tive momentos doloridos e momentos que jamais vou esquecer pela dor que me causou. Mas valeu. Cada minuto, cada detalhe, cada presença...

Meu natal estava indo para o brejo, por todos os esses por menores, que pra mim são maiores que o coração pode explicar, quando um telefonema e uma boa conversa me salvaram.

Esperava mais, confesso. Mas aprendo a cada dia que nem sempre podemos ter tudo o que queremos, pelo menos não na hora em que queremos. Isso é fundamental para quem sofre de uma ansiedade quase catastrófica.

- Dia 23 um abraço, um carinho, um afago, me deu esperança de dias melhores.

- Dia 24, mais um abraço, beijos cuidadosos e uma declaração minha de não poder perdê-lo, me mortificou.

- E dia 25, ahhh, o Natal... sem nenhum presente e apenas palavras doces me voltaram a vida, me fazendo sorrir e sentir mais uma vez que viver vale a pena.

Amo.

E me sinto cuidada.

Tudo ali, na corda bamba das emoções, da vida, do pensar, do amar... Malabarismos sem fim para poder manter algo que faz sentido em meu coração e só!

Só mesmo!!!

Recriminações a parte, me afasto de tudo para viver o impossível, para amar o indelével, o inefável...

Acarinhada em seu colo, posso tudo, posso mais, sou mais!

Até quando??

...


De novo, para Rodrigo Mayo.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Então é Natal...


As mais doces lembranças que uma pessoa pode ter do natal eu tenho. Desde os passeios pela cidade atrás do Papai Noel, sua chegada em helicóptero no Relógio das Flores, até a manhã do dia 25 quando finalmente os presentes eram abertos.

No dia 24 todas as mulheres da família enchiam a cozinha com os mais diversos aromas, cores e sabores. De família espanhola, o polvo se fazia presente sempre e era uma festa ver minha mãe mergulhá-lo no caldeirão de água fervente e a cada mergulho ver seus tentáculos enrolando, como se formassem cachos para a noite natalina. As rabanadas ficavam por conta das avós e as crianças podiam ir matando a fome com as nozes, avelãs e amêndoas. O mau exemplo de meu pai ao quebrar as nozes posicionando-as na porta aberta e fechando para espatifar sua dura casca era motivo de gargalhadas dos filhos e repreensão de minha mãe. Mas quem obedece a repreensões acompanhadas de sorrisos?

Os portões da casa ficavam abertos e os vizinhos entravam e saíam por todo o dia. Meu pai, uma pessoa muito querida no bairro, fazia questão de receber a todos. Vinham trocar abraços e votos de boas festas e tomar uma taça de vinho. Os motoristas e cobradores das linhas de ônibus do meu bairro eram presenteados com pequenas lembranças por meus avós.

A mesa da ceia era montada na garagem. A família não era grande, mas os convidados iam chegando e todos eram acolhidos com festa. A toalha branca feita sob medida para mais de 20 pessoas era caprichosamente estendida pela minha mãe. O aparelho de jantar usado apenas nessa data, juntamente com os copos de cristal, eram posicionados delicadamente e tudo parecia perfeito. Ceia farta, vinho e, hummm, sobremesas... meia noite se fazia uma oração e finalmente jantávamos.

Pela manhã, corre, acorda o irmão mais velho e descobre a grande árvore de natal colorida repleta de presentes: Papai Noel esteve ali. Ele não faltava nunca!!!

Não, não é apenas uma crônica! Meus natais eram assim. E quando tive meus filhos, o cuidado para que eles tivessem o mesmo foi enorme.

Hoje não tenho mais meu pai aqui comigo. Para uma enorme tristeza, faleceu num dezembro desses em que planejávamos as festas de fim de ano. A casa ficou cinza e naquele ano não houve festejos.

Mas a vida continua e hoje posso proporcionar aos meus filhos tudo que meu pai me proporcionou. Toda expectativa da noite feliz, toda alegria dos presentes e da mesa farta e mais que isso, toda a solidariedade que pessoas de bem que convivi minha vida inteira me ensinaram, repasso para eles.

A noite feliz, só é mesmo feliz se somos capazes de lembrar seu real significado e capazes de espalhar amor ao próximo em toda sua plenitude.

Um grande e especial Natal a todos!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Encontros e Despedidas

"A hora do encontro é também despedida..."

Consegui captar logo de cara que a paciência dele para o cotidiano das minhas reclamações era mínima. Então tratei de não reclamar e apenas sorrir. Eu tinha motivos de sobra para reclamar, mas também tinha muitos motivos para sorrir, afinal ele estava ali, depois de longos 21 dias, ele estava ali outra vez.
Há muito não somos mais dois estranhos. Pelo contrario, sabemos de coisas um do outro que mais ninguém sabe. Sabemos de corpo, de alma, de vida. Sabemos o jeito, a palavra, o cheiro, o encanamento necessário para se fazer bem um ao outro. E mesmo assim, é assim: longos dias sem ele, sem nós.
Alguns dias passam rápido, sem pensamentos profundos que me fazem chorar de saudades. Outros a vontade de estar, de ser, de ficar é tanta que me falta chão, ar, me falta viver e me faltam forças de continuar. Mas me sobram boas lembranças de querer mais uma vez encontrar a paz em seus braços, o som de seu respirar em meu colo enquanto dorme, o olhar fundo em meus olhos enquanto beija...
E na hora de me despedir, umas vezes sou forte, sou eu, sou firme em dizer adeus. Outras apenas choro e peço a Deus baixinho que os próximos 21 dias passem depressa o bastante para que eu não sofra demais...

Para Rodrigo Mayo

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

E quem não gosta de pepino?*

O cheiro de alecrim mantém a pessoa alegre, é símbolo de amizade.

Hoje a alegria foi geral!

Estava escrevendo um texto sobre ‘dezembros’, mas tenho que adiá-lo para falar de felicidade sem fim. (Não vou adiá-lo para janeiro, assim espero. Só um pouquinho.)

Felicidade é simples: é passar o dia GARGALHANDO com amigos.

Renato, meu querido amigo, companheiro de palco, músico excepcional, fez aniversário e reuniu a ‘nata’. Bora fazer feijoada as vésperas do verão que vem chegando? Em plena segunda feira?? Isso vai dar certo??? Se regar com caipirinha não pode dar errado! E não deu. O calor estava de fritar os neurônios, mas o povo foi chegando tranqüilo, sorrindo, só abraços e muita, muita coisa boa pra contar. Do cotidiano às pérolas absurdas que só escuto com esses amigos loucos que aprendi a amar...

“Eu já fiz um monólogo s-o-z-i-n-h-a!!!” – essa já virou bordão entre nós e nesse dia foi repetida exaustivamente... rs

“Aiii, credo, bicha não, homosexual! Bicha é aquela coisa que dá na barriga!!!” – Carlos Frederico Thomas, quem mais podia ser?

“E quem não gosta de pepino? Pepino está presente na vida de todos, em todos os momentos e se no fim tudo der errado a gente empurra o pepino pra Deus!” – isso é quase uma filosofia de vida!

“Estamos até animando velórios e já fizemos uma versão em hip-hop para Segura na Mão de Deus. O povo até esquece de enterrar o defunto para dançar.”

“A vidente cega já está chegando para iniciarmos os trabalhos. Dona Juju vê tudo, mas não enxerga!”

“Vamos cantar!!! Como é mesmo aquela música?? Nãooo, aquela... aquela... aquela... Vou sair de perto pra me concentrar." – depois de muitas caipirinhas ninguém lembra letra de nada.

“As pessoas vão cantando e vão entregando a idade, né? Lembrar dessa música de 1905 não é pra qualquer um não!!!”

“Vamos cantar parabéns em que versão? Popular, Xuxa, Lulu Santos, Marilyn Monroe...? Vamos cantar em Hebraico!!!”

Ahhh... teve muito mais, mas com a mente afetada de cachaça das 14h às 22h fica um pouco difícil relembrar os detalhes desse dia fantástico. Mas fica a lembrança do sorriso e brilho nos olhos de Renato e espero que em seu coração fique a certeza de que ele é muito amado por seus amigos. Uma pessoa pura e cheia de sabedoria que nos acrescenta vida, amor e felicidade sempre.

* O título é uma frase solta, simples, perfeita by Fernando Vianna!

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